[Sergio Spalter]
Claro que eu gostaria de ter uma licença-paternidade, principalmente sendo pai do terceiro filho e tendo que administrar várias situações novas após a chegada dele!
Mas, se eu pudesse realmente escolher, daria a minha parte da licença para a Natália, que é quem de fato tem acordado várias vezes à noite para cuidar dele e, por ser autônoma como eu, precisou voltar precocemente ao trabalho.
Dizem que na Suécia a mãe tem dois anos de licença e o pai um.Eu ficaria feliz com dois meses. Mais do que isso, dá um pouco de medo de acostumar. Sou pediatra e sempre vejo o suplício que é para as mães, principalmente no primeiro filho, terem que voltar ao trabalho.
Quanto mais perto do dia da volta, mais grudada a mãe fica com a criança. Isso também não é bom…
Claro que é natural pensar na criança, no fato de ficar longe dela, do sofrimento que isso pode gerar. Mas o sofrimento sempre é maior na mãe, que além de exausta, fica culpadíssima e esgotada. Não precisa ser assim. Ficar um pouco longe de casa é até saudável. E a criança precisa de um pouco de espaço, senão sufoca! Tudo é uma questão de equilíbrio. O importante, eu acho, é não sofrer a toa.
Sergio Spalter é médico pediatra, pai de Aninha, Alice e Alex e escreve em 3 blogs! www.drspalter.com
É isso aí: demais sufoca.
O problema é que a gente nunca sabe bem quando chegou o limite do “sufoca”.
Quem percebe primeiro quando chega esse limite? Quem dá o sinal: pais ou filhos?
Em geral, acho que eles.
Jaime