3 empresárias, 3 experiências

[Cristina, Dani e Ana]

Nessa semana fizemos um bate-bola com 3 equilibristas empresárias: Christina, Dani e Ana Luiza. Três pontos de vista sobre o mesmo tema, na opinião de quem vive esse desafio. Confira!

 

Sobre as equilibristas:

CHRISTINA é mãe de Dora (2 anos e meio), pedagoga pela PUC-SP e coordenadora pedagógica de sua escola – Lugar de Arte Atelier Infantil (www.lugardearte.com.br);

DANIELA é irmã e sócia da Christina, mãe da Valentina e do Chico (5 e 6 anos, respectivamente), publicitária e responsável pela área de eventos e parcerias da escola.

ANA LUIZA é mãe do Luiz Guilherme de 8 anos,  publicitária de formação e duas vezes empresária: dirige a Revista RA – Revista da Aldeia e a Máquina de Idéias Comunicação e Eventos.

 

 

Sei que vocês já foram profissionais atuando para outras empresas, de outras pessoas. O que pesou na decisão de montarem um negócio próprio?

DANI: Pesou a vontade de ser livre, de ter tempo para ficar com as crianças, poder passar as férias escolares com eles. Meu marido e eu trabalhamos desde cedo, juntamos dinheiro e com o meu fundo de garantia daria para investir num negócio próprio. Nós dois deixamos nossos cargos e montamos alguns negócios juntos e em família.

CHRISTINA: Percebi que a oportunidade de abrir um negócio próprio havia chegado. Resgatei um sonho antigo de abrir uma empresa na área de educação, para ter autonomia e tranqüilidade ao mesmo tempo. Juntamente com o benefício de estar mais perto da minha filha, a idéia de abrir um negócio parecia perfeita. Achava que ia ter mais tempo para estar em casa, e que mesmo assim não abriria mão da minha carreira de educadora. Quando terminou o período de licença-maternidade, trabalhei por 8 meses como autônoma, enquanto ia organizando a abertura do Lugar de Arte – Atelier Infantil.

ANA: Meu filho!!!, minha casa, o casamento. Com isso teria a comodidade de fazer meus horários e estar mais tempo com ele, me dedicar mais.

 

 

Hoje, após um tempo como empresárias, sentem que as vantagens esperadas se confirmaram na prática?

DANI: Sinto que as vantagens se confirmaram. Tenho a sorte de ter sócios e parceiros maravilhosos para podermos dividir e somar o trabalho. Ser livre e ter tempo é muito bom!

CHRISTINA: Realmente tenho mais autonomia, estou atuando em todas as áreas que compõem o Lugar de Arte, realizando até anúncios e textos publicitários. Porém, a vida tranqüila que eu achei que ia ter ainda não chegou. As duas manhãs que reservei para dedicar a mim, em cabeleireiro e ginástica, foram tomadas pelo trabalho. Outras duas tardes que seriam dedicadas à minha filha foram engolidas pela empresa. E as noites? Essas também foram comprometidas, trabalho até tarde da noite no computador, preenchendo dados na planilha financeira e preparando reuniões, buscando textos e desenvolvendo idéias de crescimento. Não consigo terminar o dia pessoa jurídica e começar a noite pessoa física.

ANA: Acho que pensei que teria mais tempo livre. Mas sei que tempo, sempre precisamos de mais!!! Mas o fato de poder levá-lo e pegá-lo na escola, conseguir participar de mais momentos com ele, confirmam sim!! Mas, nunca, em momento algum, pensei em parar, e sim adaptar o meu trabalho a minha nova fase.

 

 

Se fossem escolher novamente entre trabalhar para os outros ou ter um próprio negócio, manteriam suas escolhas ou mudariam? Por quê?

DANI: Eu sou mutante por natureza. Tem algumas pessoas com quem eu adoraria trabalhar. De qualquer maneira, sempre trabalhamos para os outros.

CHRISTINA: Acredito que “peguei gosto” pelo lugar de empresária, pois a satisfação alcançada quando vejo as crianças se desenvolvendo, os pais felizes e a equipe progredindo são indiscutivelmente maiores que a realização que já tive trabalhando para as empresas de outras pessoas. Meu descanso foi embora, mas estou realizando um sonho.

Acredito que vou conquistar o equilíbrio e estabelecer o fim do horário comercial. Até lá vou continuar tentando estar perto da Dora nos momentos mais ricos de seu dia a dia e que não delego a ninguém, o banho, a hora de dormir e escapadas para passar uma tarde na livraria.

ANA: Manteria, sem dúvida! A maternidade, a casa, a família, o marido… nos tomam tempo e atenção. Com a opção de fazer o meu horário, consigo equilibrar melhor meus pratinhos.

 

 

Como vocês se definem como equilibristas?

DANI: Atrapalhada. Preciso administrar melhor o tempo do relógio. Minhas relações afetivas com os amigos e as boas risadas estão pra depois.

CHRISTINA: Hoje em dia misturo muito as coisas, pois não consigo parar de pensar em soluções e melhorias para o meu negócio em nenhum momento do dia. Como optei por não ter babá, ensino minha filha a brincar em seu quarto enquanto estou no escritório ao lado. Ela tem sua mesinha ao lado da minha e hoje com 2 anos e meio gosta de ficar desenhando, recortando ou brincando perto de mim.

Estou conseguindo equilibrar quase todos os pratos, mas o pratinho que representa a minha individualidade precisa de impulso. Todas as semanas procuro abrir mais um espaço na minha agenda para me cuidar.

ANA: A gente sempre acha que deixa algo; que falta em algum lugar, que poderíamos ser melhores em tudo, como mãe, como mulher, profissional. Mas acho que me saio bem! – pelo menos até agora nenhum pratinho quebrou.

 

 

Como os respectivos maridos vêem vocês como equilibristas-empresárias?

DANI: Dando conta do recado.

CHRISTINA: Ricardo, meu marido, me apóia demais em tudo que faço. Como empresária ele me deu a maior força do mundo e tenho certeza de sua admiração por mim. Mas sei também que ele gostaria um pouco mais de tranqüilidade, de me ver despreocupada, de braços abertos somente para recebê-lo chegar em casa.

ANA: Vejo que ele tem orgulho do meu trabalho, assim como meu filho; e acha, sim!, que eu desempenho bem meus papéis.

 

 

Que conselho vocês dariam para uma equilibrista que está pensando em ter um negócio próprio?

DANI: Meu conselho é para ela checar se há reserva financeira para bancar o negócio, sem esperar resultados, por um ano e meio e ter uma pessoa ou veia erudita para escrever os textos do negócio.

CHRISTINA: Que seguir um sonho é algo muito confortante e assim como a maternidade, tem seus momentos de angústia e solidão. Mas toda mãe sabe que as delícias superam as dores, sempre.

ANA: Que vale a pena, por você ter algumas comodidades, facilidades, conseguir fazer o seu horário, ser flexível. Mas ao mesmo tempo, é uma responsabilidade a mais, ou um pratinho a mais!

Um comentário sobre “3 empresárias, 3 experiências

Deixe um comentário