[Simone Naumann]
Ter tempo para se envolver ativamente na vida da filha é prioridade de Simone, que além de trabalhar, investe em uma nova graduação para mudar de carreira. Mas ela pondera muito bem vantagens e desvantagens, como poder vivenciar a experiência de ser uma mãe diferente (com outro filho).
Vida de Equilibrista – Porque você (ou o casal) optou por ter um filho só?
Simone – Nós optamos por um único filho, pois achamos que seria difícil conseguir equilibrar projetos pessoais e profissionais com mais um filho. Acredito que seja importante e essencial participar da vida rotineira da criança ativamente, lendo estórias, jogando, conversando, rindo das nossas piadas inventadas, enfim, criando vínculos afetivos que contribuem para a formação da personalidade da criança. Só que para isso precisamos de tempo e equilíbrio emocional.
VDE – Considera que o desenvolvimento de sua carreira influenciou na sua decisão? Conte de que maneira isso ocorre.
Simone – Sim, pois sou professora de inglês e decidi mudar de profissão, voltei para a faculdade, estou estudando psicologia à noite, dou aulas na parte da manhã, e fico com a minha filha Clara, de 7 anos, à tarde. Tenho me dedicado muito a essa nova profissão, o que requer muito tempo e esforço. Um segundo filho não se encaixaria nessa nova fase.
VDE – Quais as vantagens e desvantagens para a mãe (e para o pai ou parceiro) de ter um filho só?
Simone – Vantagem é poder se dedicar por completo e estar atenta às necessidades emocionais do seu filho. Desvantagem é não ter a oportunidade de vivenciar a experiência de ser uma mãe diferente. Pois cada relação é única.
VDE – Quais as vantagens e desvantagens que você prevê para seu filho, enquanto filho único?
Simone – Vantagens: Atenção total, melhores recursos para aprendizado, lazer e saúde. Desvantagens: Terá que elaborar as conseqüências de uma família menor e possibilidade de solidão.
VDE – Você está segura de sua escolha ou já teve alguma crise por conta de dúvidas?
Simone – Sim, estamos seguros da nossa decisão, porém acho importante mencionar que na hora da DECISÃO: “Não iremos ter o segundo filho”, a angústia da escolha aparece, o que é inevitável em qualquer processo de escolha. Mas conseguimos elaborá-la.
Simone Naumann é professora, estudante de psicologia e mãe de Clara, 7 anos.
Sou mãe de uma filha única e, por muitas vezes, a angústia desta decisão bateu bem forte, mas para a nossa família esta foi a melhor decisão. Ela se beneficia de uma total atenção e de uma qualidade de estudo muito boa. Não gosto de pensar nos contras desta escolha, pois a solidão é um dos fatores e isto me assusta um pouco. Como tive uma infância e adolescência muito intensa, com muito acontecimentos e muitos amigos, fico preocupada com o envolvimento social fraco que os jovens possuem hoje em dia. Contudo, continuo tentando deixar a vida da Júlia mais interessante, chamando as amigas para minha casa e proporcionando um convívio bem intenso com familiares próximos, como avô, avós, primos, tias e etc…