Em relação à culpa, tem quem seja muito bem resolvida. Outras, nem tanto. Leia os depoimentos das equilibristas e veja se você se identifica!
O caminho trilhado por nós mães – marinheiras de primeira, segunda ou terceira viagem – sempre foi e sempre será árduo (mas não menos doce!), na tentativa de sermos melhores a cada dia. Mães melhores… Ah, essa eterna busca da superação!! Superação da culpa, diga-se de passagem!Muitas vezes, não nos basta fazer tudo o que fazemos para tentar cumprir a agenda dos nossos filhos e a nossa. Equilibristas de plantão, driblamos como ninguém os compromissos profissionais, a administração do lar doce lar, a lição de casa dos menores, a balada da mais velha. Imagine só, ter espaço para sentir culpa! Ao menos não deveria. E a tal superação? Superação do que mesmo? Pois é, os filhos crescem e só se modificam as atividades da mãe PHD, pois cada fase é uma fase. Mas nada mudou; continuamos querendo muito para os filhotes, tenham eles a idade que tiverem. Noites mal-dormidas a gente coleciona aos montes desde que ouvimos o choro deles pela primeira vez.
E se o casamento acabar, nem pense em ser pai e mãe. Imagine, não vai sobrar um só pedacinho de você para contar história para os netinhos. Por isso, exorcize a culpa! Trabalhe o necessário, saia para dançar, namore muuuuito!!! Seja absolutamente feliz com você mesma! Seja profissional sim, seja amiga, seja amante, seja maluca por um dia! Os laços de afeto com seus filhos estarão eternizados se você conseguir ensinar a eles que mãe é tudo de bom, mas também precisa de espaço.
Telma Egle, jornalista, filhos de 18, 11 e 3 anos.
Culpada ou Inocente?
Culpa é aquele sentimento que consome as energias de quem precisa produzir, mas sente-se paralisado por não ser o que gostaria de ser?
Culpa em Direito Penal, é atribuída, basicamente quando se causa dano a alguém, mediante negligência, imperícia ou imprudência. Caso haja Culpa ou Dolo (intenção de cometer o delito) a pessoa será condenada.
A mãe que trabalha, que “deixa” seu filho lhe causa danos? A resposta é muito subjetiva e tem inúmeras possibilidades. Mas, o problema para a mulher que trabalha e que gosta de ser um boa mãe é a dificuldade de dosar essas funções. E, se condena por não oferecer o que gostaria a seus filhos. Então, como pena, carrega uma culpa enorme em seus ombros.
Culpa paralisa, consome, estressa. Culpa é má conselheira. Acredito que mulheres que não possuem culpa são as que possuem ideais de mãe bem próximos da realidade. Fazem o que podem fazer.
Concluindo, para se libertar do fantasma da culpa é necessário se absolver. Buscar viver bem. Ser bem resolvida com suas escolhas.
PS- Eu sou uma condenada e apenada, venho lutando por absolvição.
Vivian B Teixeira Torolho, autônoma, filhos de 3 e 1 ano.
Penso que culpa não nos serve em nada! Nosso trabalho vai muito além do que a necessidade material, ele nos realiza, nos dignifica e com essa certeza podemos estar inteiras enquanto estamos no trabalho. Outra qualidade fundamental a ser desenvolvida em nós é a confiança naqueles que escolhemos para parceiros no cuidado e na educação de nossos filhos.
Com isso no coração aos poucos a gente pode trilhar o caminho do meio ao nos desenvolvermos profissionalmente, fazendo o que gostamos e acreditando naquilo que podemos contribuir. Ao mesmo tempo colocar limites, porque nossa tarefa em casa como educadores e orientadores fomos nós que escolhemos e isso requer muito trabalho, as vezes mais interno do que externo.
Ana Altenfelder, autônoma, 4 filhos.
“Que culpa eu tenho se não sinto culpa? Não. Eu não me sinto culpada em trabalhar e deixar meus filhos mais velhos na escola e meu filho caçula em casa. Sou mãe de trigemeos de 4 anos e de um filho mais novo de 2 anos. E nunca deixei de trabalhar, de sair com o meu marido, de ver meus amigos e acima de qualquer coisa, aproveitar todo o momento para estar com os meus filhos, seja pessoalmente ou pelo telefone e principalmente no meu coração. Eles sempre comigo, não importa onde ou que eu esteja fazendo.E sim, eu me sinto feliz, realizada, amada e querida. Equilibrando todos os meus muitos “pratinhos”. Culpa? Nunca! Jamais!”
Aurea Cardoso
“Eu senti culpa, mas logo passou. Programei passar a deixar meu filho na escola durante 4 tardes por semana e a culpa foi o primeiro sentimento que apareceu. Logo no primeiro dia de aula o Matheus voltou pra casa por volta das 17h00 e, para a minha surpresa e tranquilidade, me deparei com uma criança super feliz! Me senti uma tola…o que poderia ser mais gostoso do que ficar a tarde na escola em companhia de outras crianças? Eles se adaptam às novidades melhor do que nós, adultos. A culpa sumiu imediatamente!”
Fernanda Metzler, autônoma, filho de 6 anos.
“Parece que nunca consigo dar conta dos filhos, nem do trabalho. Quando estou no pico do trabalho, não posso dar atenção que gostaria de dar a minha filha. Quando tiro férias para ficar com ela, me sinto mal por estar descansando… E assim fecha o círculo vicioso.”
Silvana Rosso, profissional liberal, filhos de 18 e 3 anos.
“Estava no meio da filmagem da nova propaganda da Elegê e comecei a conversar com a diretora da produtora se não teria vontade de fazer um longa metragem e ela me respondeu…”Não dá, eu também sou mãe”, aí começamos a desabafar….o quanto deixamos de fazer as nossas vontades por ser mãe…e chegamos a conclusão que se você conseguir manter a depilação e a mão em dia, já se considere uma mulher afortunada!!”
Ana Lúcia Borgiani Tacla, assalariada, 2 filhos.
“Sei que as equilibristas geralmente se sentem culpadas, mas desde que o meu filho nasceu (hoje ele tem 6 anos), convivo bem com a decisão de ser equilibrista e não carrego a tal culpa. Simplesmente acredito no meu modelo de vida, nas minhas escolhas: trabalho porque gosto e me desenvolvo (logo, não vou deixar minha carreira) e meu filho estuda em período integral em uma escola maravilhosa. Não tenho e nunca tive babá, assim, nas demais horas, ele está sempre na companhia do pai ou da mãe, que lhe dão muito carinho, atenção e educação. O resultado é uma criança alegre, interessada, educada, segura e de maneira alguma carente. Vivo cada momento plenamente, seja como profissional ou como mãe!”
Elke Mittelsdorf, assalariada, filho de 6 anos.
Alguns depoimentos do livro “Vida de Equilibrista, dores e delícias da mãe que trabalha”:
“Ter culpa é natural, mas precisamos ter nosso próprio momento, para que possamos crescer em todos os aspectos, cada um a seu tempo. O tempo de ser mãe é um crescimento, mas a vida não pára por aí”, reflete uma assalariada paulista com filhos entre 7 e 9 anos.
“Apesar da culpa que sentimos, ainda somos e seremos admiradas pelos nossos filhos”, profetiza uma catarinense, assalariada, com filhos entre 10 e 12 anos.
“Não se culpem pelas horas fora de casa e sim pelas horas mal administradas dentro de casa. Tenha paciência com seus filhos. Criança que tem a atenção devida não dá trabalho, só prazer”, ensina uma empresária paulista, com filhos de 3 a 6 anos.
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