Mães blogueiras na mira

Parece que papo de mãe virou coisa séria e mais do que isso, interessante! Por muito tempo, as conversas entre mães eram vistas como úteis apenas para as próprias. Fora isso, todos achavam uma perda de tempo ficar trocando ideias sobre fraldas, lugares para levar os filhos ou dificuldades para retomar a carreira após o nascimento do bebê.

Parece que agora somos valorizadas justamente pelo nosso papo de mãe! Quem diria, hein? Nos EUA, os publicitários perceberam que nesses espaços de trocas que ocorrem em dezenas de blogs escritos pelas mães há um território fértil para a divulgação de marcas. Eles acreditam que o ambiente é construído com base na troca de experiências e dicas e que há uma enorme credibilidade dessas mensagens trocadas. Mãe confia em mãe. O que eles querem é pegar uma “carona” na esteira dessa credibilidade já instalada nesses blogs e inserir marcas no meio dos papos. Assim, por exemplo, quando uma mãe relatar a festa de 1 ano da filha, ela pode dar detalhes da marca de pratinhos que comprou, da empresa que fez a animação e da loja onde comprou o vestido da criança. Claro, em troca, por exemplo, essa mãe pode ter a festa inteira patrocinada pela empresa “parceira”. São verdadeiros posts pagos, a autora rasgando elogios ao produto.

Acredito que isso é um enorme risco à credibilidade desses blogs. Eles perdendo sua vocação espontânea de troca e assumindo um caráter meramente comercial. Sem dúvida, toda a graça de um bom papo entre mães ficará comprometida em nome de vantagens ecônomicas. Espero que essa moda não pegue por aqui.

Opiniões e posturas diversas

Em relação à culpa, tem quem seja muito bem resolvida. Outras, nem tanto.  Leia os depoimentos das equilibristas e veja se você se identifica!

O caminho trilhado por nós mães – marinheiras de primeira, segunda ou terceira viagem – sempre foi e sempre será árduo (mas não menos doce!), na tentativa de sermos melhores a cada dia. Mães melhores… Ah, essa eterna busca da superação!! Superação da culpa, diga-se de passagem!Muitas vezes, não nos basta fazer tudo o que fazemos para tentar cumprir a agenda dos nossos filhos e a nossa. Equilibristas de plantão, driblamos como ninguém os compromissos profissionais, a administração do lar doce lar, a lição de casa dos menores, a balada da mais velha. Imagine só, ter espaço para sentir culpa! Ao menos não deveria. E a tal superação? Superação do que mesmo? Pois é, os filhos crescem e só se modificam as atividades da mãe PHD, pois cada fase é uma fase. Mas nada mudou; continuamos querendo muito para os filhotes, tenham eles a idade que tiverem. Noites mal-dormidas a gente coleciona aos montes desde que ouvimos o choro deles pela primeira vez.

E se o casamento acabar, nem pense em ser pai e mãe. Imagine, não vai sobrar um só pedacinho de você para contar história para os netinhos. Por isso, exorcize a culpa! Trabalhe o necessário, saia para dançar, namore muuuuito!!! Seja absolutamente feliz com você mesma! Seja profissional sim, seja amiga, seja amante, seja maluca por um dia! Os laços de afeto com seus filhos estarão eternizados se você conseguir ensinar a eles que mãe é tudo de bom, mas também precisa de espaço.

Telma Egle, jornalista, filhos de 18, 11 e 3 anos.

Culpada ou Inocente?

Culpa é aquele sentimento que consome as energias de quem precisa produzir, mas sente-se paralisado por não ser o que gostaria de ser?

Culpa em Direito Penal, é atribuída, basicamente quando se causa dano a alguém, mediante negligência, imperícia ou imprudência. Caso haja Culpa ou Dolo (intenção de cometer o delito) a pessoa será condenada.

A mãe que trabalha, que “deixa” seu filho lhe causa danos? A resposta é muito subjetiva e tem inúmeras possibilidades. Mas, o problema para a mulher que trabalha e que gosta de ser um boa mãe é a dificuldade de dosar essas funções. E, se condena por não oferecer o que gostaria a seus filhos. Então, como pena, carrega uma culpa enorme em seus ombros.

Culpa paralisa, consome, estressa. Culpa é má conselheira. Acredito que mulheres que não possuem culpa são as que possuem ideais de mãe bem próximos da realidade. Fazem o que podem fazer.

Concluindo, para se libertar do fantasma da culpa é necessário se absolver. Buscar viver bem. Ser bem resolvida com suas escolhas.

PS- Eu sou uma condenada e apenada, venho lutando por absolvição.

Vivian B Teixeira Torolho, autônoma, filhos de 3 e 1 ano.


Penso que culpa não nos serve em nada! Nosso trabalho vai muito além do que a necessidade material, ele nos realiza, nos dignifica e com essa certeza podemos estar inteiras enquanto estamos no trabalho. Outra qualidade fundamental a ser desenvolvida em nós é a confiança naqueles que escolhemos para parceiros no cuidado e na educação de nossos filhos.

Com isso no coração aos poucos a gente pode trilhar o caminho do meio ao nos desenvolvermos profissionalmente, fazendo o que gostamos e acreditando naquilo que podemos contribuir. Ao mesmo tempo colocar limites, porque nossa tarefa em casa como educadores e orientadores fomos nós que escolhemos e isso requer muito trabalho, as vezes mais interno do que externo.

Ana Altenfelder, autônoma, 4 filhos.


Que culpa eu tenho se não sinto culpa? Não. Eu não me sinto culpada em trabalhar e deixar meus filhos mais velhos na escola e meu filho caçula em casa. Sou mãe de trigemeos de 4 anos e de um filho mais novo de 2 anos. E nunca deixei de trabalhar, de sair com o meu marido, de ver meus amigos e acima de qualquer coisa, aproveitar todo o momento para estar com os meus filhos, seja pessoalmente ou pelo telefone e principalmente no meu coração. Eles sempre comigo, não importa onde ou que eu esteja fazendo.E sim, eu me sinto feliz, realizada, amada e querida. Equilibrando todos os meus  muitos “pratinhos”. Culpa? Nunca! Jamais!”

Aurea Cardoso

Eu senti culpa, mas logo passou. Programei passar a deixar meu filho na escola durante 4 tardes por semana e a culpa foi o primeiro sentimento que apareceu. Logo no primeiro dia de aula o Matheus voltou pra casa por volta das 17h00 e, para a minha surpresa e tranquilidade, me deparei com uma criança super feliz! Me senti uma tola…o que poderia ser mais gostoso do que ficar a tarde na escola em companhia de outras crianças? Eles se adaptam às novidades melhor do que nós, adultos. A culpa sumiu imediatamente!”

Fernanda Metzler, autônoma, filho de 6 anos.

“Parece que nunca consigo dar conta dos filhos, nem do trabalho. Quando estou no pico do trabalho, não posso dar atenção que gostaria de dar a minha filha. Quando tiro férias para ficar com ela, me sinto mal por estar descansando… E assim fecha o círculo vicioso.”

Silvana Rosso, profissional liberal, filhos de 18 e 3 anos.

“Estava no meio da filmagem da nova propaganda da Elegê e comecei a conversar com a diretora da produtora se não teria vontade de fazer um longa metragem e ela me respondeu…”Não dá, eu também sou mãe”, aí começamos a desabafar….o quanto deixamos de fazer as nossas vontades por ser mãe…e chegamos a conclusão que se você conseguir  manter a depilação e a mão em dia, já se considere uma mulher afortunada!!”

Ana Lúcia Borgiani Tacla, assalariada, 2 filhos.


“Sei que as equilibristas geralmente se sentem culpadas, mas desde que o meu filho nasceu (hoje ele tem 6 anos), convivo bem com a decisão de ser equilibrista e não carrego a tal culpa. Simplesmente acredito no meu modelo de vida, nas minhas escolhas: trabalho porque gosto e me desenvolvo (logo, não vou deixar minha carreira) e meu filho estuda em período integral em uma escola maravilhosa. Não tenho e nunca tive babá, assim, nas demais horas, ele está sempre na companhia do pai ou da mãe, que lhe dão muito carinho, atenção e educação. O resultado é uma criança alegre, interessada, educada, segura e de maneira alguma carente. Vivo cada momento plenamente, seja como profissional ou como mãe!”

Elke Mittelsdorf, assalariada, filho de 6 anos.


Alguns depoimentos do livro “Vida de Equilibrista, dores e delícias da mãe que trabalha”:

Ter culpa é natural, mas precisamos ter nosso próprio momento, para que possamos crescer em todos os aspectos, cada um a seu tempo. O tempo de ser mãe é um crescimento, mas a vida não pára por aí”, reflete uma assalariada paulista com filhos entre 7 e 9 anos.

Apesar da culpa que sentimos, ainda somos e seremos admiradas pelos nossos filhos”, profetiza uma catarinense, assalariada, com filhos entre 10 e 12 anos.

Não se culpem pelas horas fora de casa e sim pelas horas mal administradas dentro de casa. Tenha paciência com seus filhos. Criança que tem a atenção devida não dá trabalho, só prazer”, ensina uma empresária paulista, com filhos de 3 a 6 anos.

Meu mês de julho

[Mães equilibristas]

Veja como se transforma a rotina das mães neste mês de julho!! Leia os comentários de profissionais assalariadas e autônomas.

“É realmente muito difícil conciliar tudo… as crianças ficam na casa da vovó durante a semana (onde têm liberdade para brincar bastante e comer coisas que só ela sabe fazer!) e aos sábados e domingos procuramos compensá-los com algum passeio gostoso, um filme legal todos juntos e acima de tudo muita atenção.

É incrível, mas apesar da falta que sei que elas sentem de “mamãe e papai” estão tão habituadas ao nosso ritmo de vida que estranham mesmo é quando estamos com elas!” Adriana Ruta Real, gerente de marketing, filhos de 7 anos e 1 ano.

“Acredito que, quando possível, criança precisa ter férias. Minha empregada, que cuida do meu filho no período da manhã, antes dele ir para a escola, fica em período integral durante os meses das férias. Ela brinca com ele e incentiva seu contato com outras crianças, indo ao parquinho do condomínio e fazendo piqueniques na minha casa.” Patricia Buarque, assessora de imprensa, filho de 3 anos.

“Por ser autônoma, procuro diminuir o meu horário de trabalho no consultório e tiro uma semana de folga para fazer as atividades somente com ela. Faço uma lista de lugares que gostaríamos de ir pra aproveitar bem. Uma dica, nesta semana que estou com ela, esqueço de todos os outros afazeres e viro criança.” Renata, dentista, filha de 6 anos.

“A nova escola do Nicolas (ele está no 1º.ano) não oferece curso de férias, e eu pretendo trabalhar ainda 15 dias em julho. Neste período, aciono meu esquema de férias, que funciona assim: Acordo um pouco mais tarde (ufa!), dou o leite e um beijo no Nicolas, que volta a dormir. Ele fica com a Cida, nossa empregada, no período da manhã, quando ela o leva ao parquinho para encontrar os amigos do condomínio. Como minha mãe é nossa vizinha, ele almoça na casa da avó e passa o restante do dia lá. A tia e priminha moram por perto também, logo aproveitam para dar uma passada e fazem programas bem divertidos!!! Quando chego, no final do dia, ele está feliz e ainda tem pique para brincar, dá para acreditar?” Elke Mittelsdorf, administradora, filho de 5 anos.

“Minha filha fica com a minha mãe. Ela tem 3 anos e até o ano passado eu tentava ficar com ela na praia, uma vez que sou autônoma. Este ano temos planos de viajar 10 dias. Não tenho fórmula, porque tudo depende da minha agenda profissional.”Silvana Maria Rosso, jornalista, filha de 3 anos.

Tempo para sonhar

[Maggi Krause]

E se, de repente, aparecesse para mim o Gênio da Lâmpada, modelo top de linha, daqueles que concedem três polpudos desejos? Acho que os meus seriam todos iguais… tempo, tempo, tempo. Afinal, fica mais fácil resolver o que fazer com essa dádiva divina depois da terrível hora da escolha! Já percebeu que tempo nunca é demais, não sobra, jamais parece ser suficiente?

A vontade é de me transformar numa mulher 30 horas, feito um famoso banco brasileiro… ué, será que porque agora eu uso a internet pra tudo ganhei 6 horas a mais automaticamente e nem percebi? Pra onde foram aquelas 2 horas que deixei de gastar no trânsito todos os dias? Sumiram… Como já dizia o filósofo, tempo foge! Pois é, corremos atrás dele e ele não nos dá uma folguinha!

Veja como os desejos a seguir, sonhados por mães equilibristas de variadas profissões e idades, na maioria das vezes tocam no assunto:  tempo para os filhos, tempo para o lazer, tempo para o marido. Tempo para se dar ao luxo de não fazer nada e ser mais feliz!

Sabe qual presente que eu adoraria receber no dia das mães? Uma secretária super hiper megaeficiente, que cuidasse de todas as chatices: pagasse as contas, sacasse o salário da empregada, supervisionasse o trabalho da empregada, fizesse as compras no supermercado, fizesse a lista de compras, devolvesse os DVDs na locadora, comprasse pão fresquinho todo dia, comprasse presentes para as festinhas de aniversário, jamais esquecesse de enviar as peças de sucata que a escola pede… Assim eu teria tempo para SÓ trabalhar e cuidar das meninas, o que já seria sensacional!
Flávia P.,
editora de gastronomia, filhas de 5 e 3 anos.

Mais diversão e menos trabalho,
mais dinheiro e menos contas pra pagar,
mais idas ao parque e menos idas ao pediatra,
mais tempo na TV e menos tempo no computador,
mais calcinhas de renda e menos de algodão,
mais Contigo e menos Exame,
mais pizza e menos alface.
E queria que todo o resto continuasse exatamente do jeito que está,
complicado assim mesmo…”

Patrícia De L. P. L.,
administradora de empresas, filhas de 5 e 2 anos, boadrasta de um menino de 8

“O meu presente de dias das mães é ter mais tempo para me cuidar. Passar mais tempo na academia, ter mais energia pela manhã e menos preguiça na hora de passar cremes e creminhos. Ou seja, deixar o trabalho quinze minutos mais cedo e ir tomar um “drink” (um suco, já que não bebo) com os amigos.”
Fernanda M.
, jornalista, filho de 10 meses.

Meu pedido é ter uma tarde durante a semana só para bater perna no shopping: andar bem devagar, jogar conversa fora com alguma amiga, tomar um café com biscoitinho com calma, ver as novidades na livraria sem correria, saber da “última moda” pelas vitrines das lojas de roupas (e não apenas pelas revistas). Tudo isso com uma condição: sem culpa por ter deixado o trabalho ou por não estar com a Luísa nessas horas.”
Renata P. L., administradora com mestrado em antropologia, filha de 10 meses.

Sonho com uma viagem para a Europa ou para o Chile. Detalhe: com tudo organizado, eu só precisaria ir para o aeroporto Internacional de Cumbica, e embarcar!
Cinthia de A. L. C
., arquiteta, mãe de 2 meninos.

Gostaria de ganhar alguns dias com 48 horas para ter mais tempo para meu filho! Acho que este é o desejo de todas nós, mães equilibristas!”
Patricia B.
, assessora de imprensa, um filho de 3 anos.

Pediria 15 kg a menos, além de cortina, colcha, lençóis e almofadas novas para o meu quarto, bem floridas e alegres. Com estes presentes me sentiria renovada!”
Daniela de L.

“Peço que meu filho seja um ser humano digno, correto, generoso, corajoso, carinhoso e que consiga passar aos seus filhos esta mesma herança que eu recebi e tentei passar a ele, pois creio que tendo isto você consegue o que sempre buscamos:  a felicidade!”
Mônica P
., profissional de marketing, filho de 14 anos.

“Bem, eu tenho dois motivos para pedir um presente especial no dia das Maes: SOU MÃE e é meu aniversário. Estou sonhando com uma semana  inteirinha em um spa maravilhoso, sendo paparicada o dia inteiro, só recebendo carinho.”
Ana K.
, empresária, dois filhos.

“No dia das mães quero que ninguém me peça nada! Que eu não tenha que cuidar de ninguém! Que não tenha que dividir minha atenção com ninguém! Quero um sossego acompanhado das pessoas que amo, que nesse dia não precisarão de mim para nada.
Dá pra entender? Um dia sem pratos pra equilibrar!

Suzi R.
, autônoma, filho de 14 anos.

Ter tempo para cuidar do espírito e do corpo, e poder emagrecer mais ou menos uns cinco quilos!”
Amara Lousiene S. P.
, enfermeira, uma filha de 5 anos.

“O que eu gostaria de ganhar no dia das mães? Certamente seria TEMPO. Mas não seria para me dedicar mais a algo que não consigo em um dia normal ou para ficar mais com os meus queridos filhos e marido (e – definitivamente – também não seria para terminar aquela apresentação que está pendente). Quem trabalha fora sabe que, nos dias de hoje, até a ida ao cabeleireiro já virou uma tarefa a mais. Queria mais tempo para fazer NADA. Sabe, uma horinha por dia para esvaziar os pensamentos e ouvir a própria respiração? Pois é, adoraria gastar esta horinha com bobagens sem nenhum propósito e planejamento.  E com todas as coisas menos nobres que toda mulher a-do-ra: falar ao telefone com uma amiga, assistir um programa de tv bem ‘sem conteúdo’ tipo ‘como reformar a sua casa em 1 semana”; sei lá, andar mais devagar, comer mais devagar, parar para olhar a paisagem.”
Candice P.
, assalariada, filhos de 3 e 1 ano.