[Fernanda Metzler]
Grávida, Fernanda desfez o noivado quando percebeu que o futuro marido não estava comprometido com o projeto de ter filhos. E desde o nascimento de Matheus, hoje com 7 anos, ela desempenha os papéis de mãe e pai na vida do filho.
VDE – Quando descobriu que o Matheus seria assumido inteiramente por você (e não pelo casal?)?
Fernanda – No momento que falei da possibilidade de estar mesmo grávida (algo que foi feito com a consciência de ambos), a reação dele foi estranha, reticente. Neste dia acabamos discutindo. Ele me informou que “a passagem de lua de mel dele, ele iria ganhar e a minha era pra eu comprar”… como reagir diante de uma situação e homem deste? Isso e mais um monte de outras atitudes semelhantes e algumas até piores. Estávamos noivos e com praticamente tudo pronto, inclusive o bebê, para o casamento, dali a 40 dias. Em poucos minutos eu tomei a decisão mais certa da minha vida: o convidei a se retirar da minha casa e me devolver a chave. Não vou ser hipócrita, chorei! Mas ao mesmo tempo estava demonstrando que uma família se forma com comprometimento de ambos e não da maneira como ele estava encarando. No dia seguinte, recebi o resultado positivo do exame de sangue, confirmando a gravidez. Sabe a resposta que obtive quando lhe falei? Pasmem! “Ah, confirmou mesmo isso aí?” A resposta está dada: dá pra tentar alguma coisa com um cara que chama o seu bebê de “isso aí”?
VDE – Você acha que isso pesou na sua relação com a maternidade?
Fernanda – Sim! Me senti muito mais forte e tranquila pra criar o Matheus, apesar de sozinha. Acredito que há muitos terapeutas que podem lhe auxiliar de maneira muito eficaz neste caso.
VDE – Existe mais cumplicidade entre você e o Matheus, por serem mais vocês dois?
Fernanda – Sem dúvida! Eu sou o porto seguro dele e ele o meu – de uma maneira saudável, é claro! O Matheus sabe que só pode contar comigo, já que o pai é uma visita esporádica (mais ou menos 5 ou 6 visitas no ano).
VDE – Você considera que precisa assumir os papéis de pai e mãe?
Fernanda – Sim, porque, de uma forma genérica, as mães são mais protetoras, carinhosas: eu sou muito com ele. E os pais são mais cobradores de resultados, coisa que eu também sou muito com ele. O maior desafio é equilibrar as intensidades de cada comportamento e quando agir de uma forma ou de outra. O melhor de tudo é que eu acho que desempenho relativamente bem meus papéis de Mãe e de Pai. Não posso deixar de agradecer a minha terapeuta Cintya. Ela me ajuda muito a reconhecer meus méritos, porque a minha cobrança sobre meu desempenho é pesada! Com este acompanhamento terapêutico me conscientizo muito sobre meus méritos e percebo onde preciso melhorar.
VDE – Como o fato de você ser a única responsável influencia na vida do Matheus?
Fernanda – Influencia positivamente, porque tem um exemplo pra seguir e não fica em conflito sobre quem agradar. Segue a mãe, que está 24horas por dia ao seu lado, em qualquer circunstância, e ponto.
VDE – Como considera sua “Vida de Equilibrista”?
Fernanda – Uma louca delícia! Mas agora, com este MBA que estou fazendo, mais dois cursos que ainda pretendo fazer, tenho certeza absoluta que vai sobrar tempo no meu dia para eu fazer o que der vontade, sem loucura, com calma e principalmente, prazer.
VDE – Qual conselho daria para outras mães que vivem situação semelhante à sua?
Fernanda – Otimizem seu tempo. Procurem informações sobre livros com o tema “como gerenciar o seu tempo” , “gaste energia com o que é realmente importante pra você”, foque a sua energia no que é realmente importante pra VOCÊ! Tem muita coisa que podemos otimizar, se tivermos realmente a VONTADE de MUDAR.
Fernanda Metzler, mãe de Matheus (7), é publicitária, estudante de MBA em Gestão Organizacional e empreendedora.