A empresária Karla já faz planos para conciliar os cuidados com o filho e o dia-a-dia de negócios. Durante a gravidez, descobriu novas habilidades, como delegar mais no trabalho e confiar na capacidade de seus funcionários.
*foto: Marcelo Min
Abri minha empresa há cinco anos. Começou bem pequena, quando eu ainda morava com minha mãe: era um computador na casa dela! Antes trabalhei como administradora em outras empresas. Como no meu novo negócio tudo dependia de mim, trabalhei sempre muito, até que, de um ano para cá, formei uma boa equipe. Acho que, com 32 anos, busquei a estabilidade no trabalho antes de ter filhos.
Mas acabou tudo acontecendo por acaso – o fato de eu ter ficado grávida depois de conseguir montar uma equipe maior. Eu já morava junto com o Adriano há 3 anos e tinha marcado casamento para 20 de setembro, mas como engravidei no começo desse ano, antecipei o casamento. Acho que o bebê virá na hora perfeita e estamos muito felizes. Em julho do ano passado, minha mãe entrou como sócia na empresa, o que me dá mais tranqüilidade ainda.
Ser empresária tem suas vantagens, como levar o bebê junto para empresa em alguns períodos, já comprei até o berço para deixar na minha sala! O difícil é tirar licença-maternidade, pois não quero deixar o negócio, devo tirar uns 2 meses, não quero ficar muito tempo fora do trabalho, vou ficar sempre em contato. Mas pretendo voltar aos poucos.
Como é a primeira gravidez, me senti um pouco perdidinha, um pouco expectadora… Mas tenho minhas certezas: quero me dedicar ao meu filho, quero conciliar trabalho, filho, maternidade, marido. Não gostaria de virar dona de casa! Talvez tenha um pouco de insegurança diante de muita informação, desde coisas bobas, como o tipo de fralda certa, como o “dar conta de tudo”. Mas estou cercada de pessoas muito legais, tudo vai dar certo. Acho que a receita é equilibrar felicidade, insegurança, dúvida e levar tudo da melhor maneira possível.
Estou contratando uma pessoa, pois hoje moro num flat com serviços, mas quero alguém para me ajudar com as roupas, com a casa, com o bebê. Minha mãe trabalha e eu não gostaria de deixar com alguma avó, não quero misturar. Quero educar meu filho e as avós virão nos momento de curtir a criança.
Na empresa, comecei a delegar muito mais, tive que aprender a fazer isso e a confiar nas pessoas. Atualmente trabalho alguns períodos em casa, e não é só por conta da gravidez, foi proposital para quem está lá na empresa aprender a se virar sem mim. O escritório era muito dependente de mim, agora, a chegada do filho acabou sendo o empurrão que eu precisava para organizar todos os departamentos da empresa.
Não tem ninguém que eu conheça que tenha negócio e depois foi mãe. Por isso, o jeito que a Cecília Troiano lidou, pelo menos no livro, eu achei muito legal. Me enxergo um pouco nela, me inspiro nela, até por ser empresária. A decisão de contratar uma pessoa que não durma foi baseada no que ela disse no livro, que foi lido até pelo meu marido.
O Adriano é o máximo. Como eu acordo muito à noite, sem dormir e com dor nas costas, ele acorda junto comigo. Também me acompanha em todos os exames de pré-natal. Ele é empresário como eu – tem agência de publicidade – e pode conciliar melhor os horários. Atualmente tem chegado em casa mais cedo, até para ficar mais tempo junto comigo. É um companheirão. Tenho a sorte de ter um marido que curte ajudar. Acho que precisa mesmo ser cúmplice, pois os dois trabalham e são pais em pé de igualdade.
Karla Haidar é empresária, proprietária da Kapa+ EcoEmbalagem (www.kapamais.com.br), que faz embalagens naturais, e espera Bernardo para outubro.
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