[Maggi Krause]
No mês de setembro, vieram à tona dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD 2007). Por isso, o Vida de Equilibrista não resistiu em colocar no ar estes novos números, mesmo que eles não se refiram à mães grávidas de primeiro filho, eles refletem totalmente o espírito do nosso título da quinzena: TEMPO DE MUDANÇA.
Em 13 anos, as famílias formadas por casais com filhos e chefiadas por mulheres aumentaram 10 vezes.
Passaram de 3,4%, ou pouco mais de 200 mil famílias, em 1993, para 14,2%, ou mais de 2 milhões de lares, em 2006. *
*Pesquisa Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), feita com base no PNAD de 1993 a 2007.
“Em se tratando de um fenômeno de natureza tão complexa, como são as transformações de padrões culturais e visão de mundo, do ponto de vista simbólico uma mudança desse tipo num período de dez anos é significativa e impactante. Tais dados, tais mudanças apontam para um questionamento do lugar simbólico do homem como o provedor exclusivo”, acrescenta o estudo.
- Aumentou a participação feminina no mercado de trabalho
- 46% da população feminina estava ocupada ou à procura de emprego em 1996.
- 52,6% da população feminina estava ocupada ou à procura de emprego em 2006.
Principais causas (apontadas pelo IPEA):
- Aumento da escolaridade feminina
- Queda da fecundidade (em 2007, a taxa ficou pela primeira vez abaixo do nível de reposição: 1,95 filho por mulher, em média)
- Oportunidades oferecidas pelo mercado
- Mudanças nos padrões culturais
Mulheres ainda ganham menos
Em 2007, enquanto a média mensal nacional masculina recebeu cerca de R$ 1.009,00 mensais, as trabalhadoras ganharam apenas R$ 666,00 no mesmo período.
Homens já cuidam mais dos filhos
2,1% para 2,7% foi o crescimento das famílias formadas por homens cuidando sozinhos dos filhos.
“Embora tímido, o crescimento dessas famílias masculinas tem sido acompanhado de perto por pesquisadores por ser um indício de mudanças comportamentais no que se refere aos padrões hegemônicos da masculinidade brasileira. Ele assume a responsabilidade tanto pela provisão quanto pelo cuidado da sua prole”, diz o levantamento do IPEA.
Saiba mais sobre a pesquisa – A equipe da PNAD entrevistou cerca de 400 mil pessoas em quase 148 mil domicílios por todo o país. Além de rendimento e ocupação no mercado de trabalho, o estudo investigou dados gerais da população, migração, educação, família e características dos lares brasileiros.